Explicar seria inútil, uma dor de cabeça desnecessária. Amara preferiu calar-se.
— Tia, me dê um peixe!
— Tudo bem! — respondeu a vendedora, pesando o pescado com generosidade e até oferecendo um desconto especial.
Assim que finalizou a venda, seus olhos pousaram no homem ao lado de Amara, que segurava Théo nos braços, e um sorriso largo tomou conta de seu rosto.
— Senhorita, você tem muita sorte! Seu marido e seu filho são lindos!
Mesmo em meio ao burburinho do mercado, Pitter se destacava. Alto, elegante, com uma postura naturalmente imponente, parecia deslocado entre as barracas. Seu jeito refinado contrastava com a simplicidade ao redor.
— Haha, é mesmo? Mas eu também sou muito bonita! — brincou Amara, piscando para a vendedora.
A mulher gargalhou.
— Sim, sim! Vocês são uma família perfeita. E esse garotinho… que preciosidade! Ele herdou o melhor dos dois! Espere, vou lhe dar outro peixe de presente.
Amara tocou o rosto, intrigada. Aquilo de “herdar o melhor dos dois” não era a