— O que foi? — Pitter perguntou, seu tom atento, como se cada respiração dela fosse um alerta.
— Aquele pedaço de tecido… que cobria meus olhos… — Amara murmurou, hesitante, quase envergonhada. — Você poderia… me ajudar a colocá-lo de volta?
O olhar de Pitter endureceu por um instante, surpreso.
— Por quê?
Ela suspirou, resignada, como se aquela fosse a única forma de se proteger.
— Longe da vista… longe do coração.
As palavras dela eram enigmáticas, mas Pitter compreendeu sem precisar de explicação. Pegou a delicada tira de renda caída no chão e, com gestos cuidadosos, cobriu novamente os olhos dela, amarrando o tecido atrás da cabeça.
No momento em que ele se aproximou, um calor perigoso se espalhou pelo corpo de Amara, fazendo-a tremer. Seu coração disparou e, desesperada, ela repetiu para si mesma:
O vazio é forma, a forma é vazio.
Somente quando a visão se apagou sob o véu escuro, a inquietação dentro dela começou a ceder.
Se fosse alguém vulgar como Pleúzio Bullack, ela não ter