— Não fiquem ansiosos... deixem-me pensar qual cena seria a ideal para começarmos — disse R. Edich, folheando o roteiro com entusiasmo. Seus olhos brilhavam como os de um artista diante de uma nova tela.
Enquanto isso, Amara quase gritava em silêncio, dentro de si:
"Diretor, por favor... escolha a cena 46. Só essa! Me deixa fazer essa cena agora e eu prometo, vou dar o meu melhor!"
A tal cena não era qualquer cena. Lívia Spirith, sua personagem, salvaria o médico soldado no acampamento militar, seria seduzida por ele e, ao desconfiar de uma traição, perderia o controle e o espancaria. Intensa, dramática, com espaço de sobra para mostrar sua força.
Como se conseguisse ouvir seus pensamentos, Lenno Bráz se inclinou, chegando perigosamente perto do ouvido dela. Sua voz veio suave, mas carregada de ironia:
— Está pensando na cena em que você me b**e, não é, minha querida?
Amara se afastou de repente, como se tivesse levado um choque:
— Bastardo. Fique longe de mim!
Era o suficiente para Le