A coletiva começara sob o zumbido controlado das luzes e das câmeras — um show de imagens e perguntas prontas.
Do outro lado, a postura de Pietro era um muro: elegante, concisa, inatacável. Após sua resposta, os repórteres não encontraram fenda alguma para incidir. As palavras dele caíram como pedra sobre água: sem ondulações, sem retorno.
Sem saída, as atenções convergiram para Amara.
Ela era, naquele momento, o epicentro do escândalo. Ainda assim, a blindagem institucional da Astros & Strelas preservara a sua imagem; suas falas, medidas; seus gestos, contidos.
A empresa havia aprendido a transformar crise em silêncio organizado.
Um repórter, afiado como lâmina, foi direto.
— Amara, até onde sabemos, você e Melissa sempre foram próximas. O que a motivaria a agir assim? Há algum problema entre vocês?
Ela ergueu o queixo com calma. O interlocutor esperava um deslize, uma confissão, alguma fissura. Recebeu apenas aquela voz firme, sem concessões.
— Essa pergunta deveria ser feita a ela.