Endi fechou os olhos, por um segundo, ninguém percebeu, mas Paolo havia tocado em algo que para ele era sagrado. Ofendeu uma garota que nunca teve escolha e isso o fazia lembrar da própria esposa.
Mel havia vivido algo tão sujo e perverso quanto o que fizeram com Olívia. Por sorte, ou talvez por ser filha de quem era, ela não precisou enfrentar os julgamentos dos outros, mas ele sabia que o juiz mais perverso é aquele que carregamos dentro de nós.
— Levantem esse verme
Endi ordenou para os conselheiros e assim que Paolo estava novamente sentado em sua cadeira de rodas, Endi sacou a arma.
Tão rápido que o italiano só se deu conta do que estava acontecendo quando sentiu o impacto na própria perna. Primeiro um choque, como se tivesse levado uma marretada, depois o calor, estava olhando para a perna quando o vermelho manchou o gesso.
— MALDITO! VOCÊ ATIROU EM MIM! ELE ATIROU EM MIM!
Endi alongou o pescoço até sentir os ossos estalarem e olhou novamente para Paolo.
— Só estou te ajudando