Nick estava sentado no banco do passageiro, não sentia doer, ao menos não os cortes e hematomas. A incerteza é muito mais dolorida do que qualquer surra.
Entrou na hospedagem sem olhar para os lados, sem se incomodar com nada. Passou na frente de Sombra, olhou para o lugar precário, tudo naquele país parecia ser um encontro bizarro de extremos, os pobres não tinham nada e os ricos tinham muito mais do que precisavam.
Uns, tomavam banho com água suja que escoava dos telhados, outros em banheiras de hidromassagem e usavam tantas joias que chegava a ser difícil erguer os braços.
Nick foi até um móvel de madeira entalhada, pegou uma garrafa de destilado e virou na boca.
Gargarejou, jogou o líquido de um lado para o outro sentindo o álcool queimar os cortes. Cuspiu no chão como se já fizesse parte daquele universo sem alma. Virou a garrafa de novo e dessa vez engoliu o líquido que se misturou ao sangue.
Se sentou no pequeno sofá ainda segurando a garrada, justamente ele que nunca poderia te