Cap 277. Provocação.
O primeiro raio de sol despontava tímido no horizonte, atravessando a cortina semiaberta do quarto e pintando o ambiente com um dourado suave. O som da chuva havia cessado, substituído por um silêncio pacífico, quase acolhedor. Elisa despertou lentamente, como quem flutuava entre o sonho e a realidade.
Seus olhos se abriram devagar, e levou alguns segundos para perceber onde estava. A lembrança da noite anterior veio como um sussurro, e então ela sentiu: o calor ao lado.
Henrique dormia tranquilo, o corpo parcialmente coberto pelo lençol branco, mas o peitoral firme e nu exposto. Elisa virou-se de lado, encarando-o. Seu rosto estava sereno, livre das tensões que costumava carregar no dia a dia. As sobrancelhas relaxadas, os cílios longos tocando de leve a pele sob os olhos. Uma mecha do cabelo bagunçado caía sobre a testa.
Ela permitiu-se observá-lo. O perfume dele ainda pairava no ar, amadeirado, familiar. Invadia seus sentidos de forma lenta e intensa, como se cada partícula d