Capítulo 8

No sábado, acordei ainda com os olhos inchados. Tentei esconder as marcas do choro com maquiagem, mas dentro de mim não havia corretivo que disfarçasse o vazio. Meu coração ainda pulsava com a raiva da noite anterior. Como pude ser tão ingênua mais uma vez?

Tiago já estava de uniforme, pronto para o treino de futebol, e eu o levei até o clube. Ele estava feliz por estar iniciando mais uma atividade na nova cidade. Voltei para casa com o peito apertado, mas antes que pudesse me fechar em meu quarto de novo, meu celular vibrou. Era uma mensagem curta:

“Preciso que venha até a clínica. — R.”

Dr. Renato.

Por um segundo pensei em recusar. Eu não queria lidar com mais fofocas, mas algo dentro de mim dizia que seria melhor enfrentar a vida de cabeça erguida. Respirei fundo, peguei minha bolsa e fui.

A clínica estava silenciosa, diferente do movimento de dias úteis. Bati de leve na porta do consultório dele.

— Entre. — a voz grave soou lá de dentro.

Empurrei a porta e o encontrei sem jaleco,
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