No sábado, acordei ainda com os olhos inchados. Tentei esconder as marcas do choro com maquiagem, mas dentro de mim não havia corretivo que disfarçasse o vazio. Meu coração ainda pulsava com a raiva da noite anterior. Como pude ser tão ingênua mais uma vez?
Tiago já estava de uniforme, pronto para o treino de futebol, e eu o levei até o clube. Ele estava feliz por estar iniciando mais uma atividade na nova cidade. Voltei para casa com o peito apertado, mas antes que pudesse me fechar em meu quarto de novo, meu celular vibrou. Era uma mensagem curta:
“Preciso que venha até a clínica. — R.”
Dr. Renato.
Por um segundo pensei em recusar. Eu não queria lidar com mais fofocas, mas algo dentro de mim dizia que seria melhor enfrentar a vida de cabeça erguida. Respirei fundo, peguei minha bolsa e fui.
A clínica estava silenciosa, diferente do movimento de dias úteis. Bati de leve na porta do consultório dele.
— Entre. — a voz grave soou lá de dentro.
Empurrei a porta e o encontrei sem jaleco,