Eu sabia que precisava procurar o Víctor para saber da Laura e para avisar que ia embora novamente. Desta vez, não ia simplesmente fugir, deixaria claro que tentei, mas foi impossível. O problema era que eu não estava tendo coragem de sair de casa, só em pensar em sair na rua e encarar as pessoas, meu estômago revirava. Eu precisava ir embora o mais rápido possível, quem estava sofrendo mais era o Tiago, que era obrigado a ir para a escola.
No dia seguinte, o Renato foi para a clínica e eu resolvi entrar em contato com o Víctor.
“Olá! Será que podemos nos ver?”
“Claro! Onde?” — A resposta veio logo.
“Venha até minha casa. Agora.”
Pronto, estava feito, eu ia encarar as coisas de frente e colocar tudo em pratos limpos.
Cerca de meia hora depois, ele apareceu.
— O doutorzinho não se importa de eu vir até aqui?
— O Renato está na clínica, só volta à noite, eu te chamei aqui porque quero conversar sério com você!
Ele tentou me beijar, mas eu o empurrei.
— Eu falei “conversar”, Víctor!
— O