Quando o caminhão entrou no pátio da base, o céu já não era mais o mesmo que tínhamos deixado. Nuvens pesadas se amontoavam no horizonte, escuras como se carregassem todo o peso do mundo. Deborah saltou antes mesmo do motor desligar, o rosto tenso.
— Vai chover — disse ela, sem rodeios. — E não vai ser pouco.
Callum desceu devagar, olhando pro céu como se tentasse calcular quanto tempo ainda tínhamos. June espreguiçou-se no banco ao meu lado, soltando um gemido de quem preferia ter ficado dormindo.
— Eu só queria um banho — disse ela, num tom tão resignado que quase me fez rir.
— Hoje não vai ter banho — respondeu Callum. — Hoje vai ter corre-corre.
Eu senti o corpo inteiro ficar alerta, como se reconhecesse o que vinha. Não era só uma garoa passageira. Era daquelas tempestades que pareciam lembrar a gente de tudo que tinha perdido.
— O que fazemos primeiro? — perguntei.
Deborah virou-se, avaliando cada um de nós com rapidez.
— Isabelle, você e June começam a recolher tudo que não pod