O dia começou quente demais, como se o sol tivesse decidido castigar cada centímetro de terra ainda úmida da tempestade. Eu acordei suando, o cabelo grudado na testa, e demorei uns segundos pra lembrar onde estava. Ainda era estranho ter um lugar só meu e da June, mesmo que fosse só um alojamento provisório.
Me vesti devagar, com os músculos doendo de um jeito quase familiar, e caminhei até o refeitório. O ar ali dentro parecia mais denso que lá fora. Deborah estava parada atrás do balcão, segurando uma concha como se fosse uma arma medieval. Quando me viu, ergueu uma sobrancelha.
“Chegou cedo pra ver o espetáculo?” perguntou, apontando com a cabeça pro caos atrás dela.
O depósito de mantimentos estava escancarado, e havia sacos de arroz e caixas de legumes empilhados de qualquer jeito, ameaçando desabar a cada brisa. Duas voluntárias mais jovens tentavam equilibrar tudo sem sucesso.
“Posso ajudar,” ofereci, já me arrependendo antes de terminar a frase.
Deborah soltou um suspiro teatr