Davi provavelmente já sabia há muito tempo quem Clara realmente era. Mas, como já havia feito sua escolha errada, preferia insistir nela a admitir o erro e perder a compostura. Agora, com Clara admitindo tudo abertamente, sem sequer se dar ao trabalho de fingir, era como se ela o humilhasse na frente de todos. Como ele poderia não se sentir constrangido? Como poderia manter a aparência?
Clara, à beira da morte e ciente de que seus dias estavam contados, parecia ter perdido qualquer vergonha. Ela estendeu a mão magra e, com uma voz arrogante, ordenou:
— Passe o bracelete. Você já assinou os papéis para recuperar as ações. Vai querer voltar atrás agora?
Eu segurei o bracelete com firmeza, sem dizer nada, apenas olhando para ela com um olhar frio e impassível.
Vendo que eu não respondia, Clara virou a cabeça para Davi e, com a voz fraca e cheia de afetação, pediu:
— Davi… pega o bracelete para mim. Me ajuda a colocar.
Ela ergueu com dificuldade a mão que não estava conectada ao soro, este