Percebi os olhares insistentes de Jean pelo retrovisor e, desconfortável, virei a cabeça para olhar pela janela, fingindo não notar.
Ele pareceu sorrir levemente e, após um breve silêncio, perguntou:
— Sobre o que eu propus ontem… Já pensou? O prazo acabou.
Meu coração deu um salto. Virei-me para encarar seu perfil, tentando ganhar tempo com uma desculpa qualquer.
— Eu… ainda é muito cedo. Minha cabeça nem está funcionando direito.
Jean riu suavemente e, surpreendentemente, não insistiu. Apenas continuou dirigindo calmamente.
Quando chegamos ao hospital, desci do carro com Saulinho nos braços, enquanto Jean pegava do porta-malas várias sacolas de produtos caros e suplementos nutritivos.
— Não precisava disso tudo. Minha avó mal consegue comer alguma coisa agora. — Falei, sentindo-me sem graça.
— É só uma questão de educação. — Ele respondeu, sem dar muita importância. Enquanto caminhávamos para o setor de internação, ele abaixou o tom de voz e acrescentou. — Ontem à noite, meus pais co