Davi me olhou fixamente, palavra por palavra, e disse aquilo de forma lenta e grave. Aparentemente, era para soar cheio de emoção. Mas eu não acreditei.
— Você não está preso a mim porque me ama. Está porque ainda precisa que eu te doe sangue para te salvar, não é? — Respondi com calma, sem hesitar.
— Não é isso... — Davi balançou a cabeça e, com os olhos cada vez mais sinceros, me encarou. — Minha doença está quase curada... Na verdade, no ano passado eu fui para a Suíça para tratar minha condição. Lá, eles desenvolveram uma nova técnica que trata muito bem o meu tipo de problema sanguíneo...
Meu coração deu um salto. Então era isso. Não era à toa que ele parecia exatamente como uma pessoa saudável.
Mas mesmo assim, depois de melhorar, ele não voltou para casa durante a Epifania para se reunir com a família. Em vez disso, veio para Milão.
Só para me atormentar?
— Kiara, você e Jean não vão dar certo. Agora que minha doença está quase curada, eu quero que saiba que... — Ele se inclinou