Eu fiquei com medo de que ele se abaixasse para me ajudar a calçar os sapatos, então balancei a cabeça e disse:
— Não precisa, vou com este mesmo.
Os chinelos de casa eram macios e confortáveis, além de serem fáceis de tirar quando eu fosse fazer o tratamento mais tarde.
— Tudo bem, já que vamos de carro, serve. — Jean respondeu.
Ele me apoiou com uma mão enquanto, com a outra, abriu a porta. Com sua voz suave, ele me lembrou para tomar cuidado onde pisava e andar devagar, sem pressa.
Nenhum amigo comum, ainda mais um amigo do sexo oposto, cuidaria de mim com tanta paciência, carinho e atenção aos detalhes.
Embora eu não tivesse admitido claramente o que havia entre nós, todas as ações recentes de Jean eram mais convincentes do que qualquer palavra.
Eu podia até não admitir com a boca, mas no fundo sabia: não tinha como escapar mais.
Quando entrei no carro, nós dois permanecemos em silêncio. Porém, Jean estendeu a mão e segurou a minha. Eu, sem olhar para ele, virei o rosto para a jane