— Ah? — Eu fiquei surpresa e, mesmo pelo telefone, não consegui evitar que meu rosto ficasse vermelho de vergonha. Era impossível não imaginar a cena. Será que eu tinha atrapalhado ele no meio de algo tão… íntimo? Meu Deus! Pressionei uma mão contra o rosto, tentando parar as imagens que vinham à mente.
— Você precisava de algo? — Jean, provavelmente também achando a situação constrangedora, mudou rapidamente de assunto.
— Ah, sim! Preciso, sim. — Voltei à realidade, abaixei a mão e tentei soar o mais natural possível. — Eu queria pedir os dados da sua conta bancária. Quero te devolver parte do dinheiro. Setenta milhões.
Jean pareceu surpreso:
— De onde você tirou tanto dinheiro assim?
— Eu vendi todas as minhas ações da empresa do meu pai. Consegui sessenta milhões com isso, e juntei com algumas economias minhas para chegar aos setenta milhões. — Expliquei.
— Você não perdeu tempo.
Eu ri, meio sem jeito:
— Aquela empresa era um problema ambulante. Enquanto eu tivesse ações, sempre ter