Se você me perguntasse há alguns meses “Helena, você iria ao enterro do seu pai?” eu responderia “O mesmo pai que abandonou eu e minha mãe? Nem nos sonhos mais selvagens de um lunático.” No entanto, agora, levando em consideração toda a agitação que tinha atingido minha vida e como eu buscava deixar meu passado pra trás de vez, parecia… considerável.
— Não sei ainda. - Foi o melhor que pude responder naquele momento, porque de fato, eu não sabia. — Como a mamãe está?
— Ela… - Luís hesitou e eu pude quase visualizar seu rosto virando para o lado como se tentasse enxergá-la. — Ela está bem, quer dizer, é a mamãe, né.
— É… - Suspirei. Aquilo significava que ela não estava bem, mas que aparentava estar. Assim como toda mãe faz. — Pode passar pra ela?
— Huhum. Mãe! - Ouvi a voz de Luís se afastar num grito e, após um curto intervalo, o celular trocar de mãos.
— Oi, filha. - A voz dela era firme como uma ponte de concreto cheia de rachaduras profundas.
— Oi, mãe. - Falei deixando minha guar