Ethan Connor tinha o mundo aos seus pés, quarterback em ascensão, sonhos grandiosos, um amor em sua vida e um futuro promissor, até que um acidente cruel o fez perder tudo. Agora, preso em uma cadeira de rodas, ele vive entre a dor e a revolta. No entanto, ele precisa escolher entre se render ao passado ou lutar para se reconstruir. Sarah Santiago sabe bem o que significa recomeçar. Fugindo de um relacionamento abusivo, ela busca se esconder e refazer sua vida em uma novo país, onde descobre que escapar das sombras do passado pode ser mais difícil do que imaginava. Quando seus caminhos se cruzam de forma inesperada, a conexão entre eles desafia cicatrizes, medos e preconceitos. Mas será que o amor pode florescer entre dois corações marcados pela dor? Em meio a recomeços, desafios e segredos, Ethan e Sarah descobrirão que, às vezes, é preciso perder tudo para encontrar o que realmente importa.
Leer másETHAN
No jogo, quase sempre a felicidade de um começa na queda do outro. E não existe nada mais emocionante do que vencer a NFL. Coração acelerado, pupilas dilatadas, pressão nas alturas. Esse é o carrossel de emoções que o jogador vive ao marcar um touchdown. A euforia se traduz em comemoração. E nada mais justo do que comemorar.
— Cara, vamos para a casa do James. A comemoração vai ser lá. — Caleb gritou para mim.
— Beleza! Vou pegar a Victória e nos encontramos lá! — Afirmei.
Ao sair do vestiário, encontrei minha linda namorada me falando ao telefone, e descrevendo a emoção que sentiu ao me ver fazendo o touchdown que nos garantiu a vitória.
Assim que me viu, se despediu da amiga e correu para me abraçar, pulando alegremente nos meus braços. Precisei soltar a bolsa, para que nós dois não fossemos parar no chão, de tanto que era a euforia da Victória.
— Meu amor, estou tão feliz por você! — Disse ela, me beijando.
Eu e Victória namoramos há três anos, mas nos conhecemos desde a época da faculdade. Passei por algumas turbulências até chegar aqui, e ela foi uma de minhas grandes incentivadoras depois da minha mãe.
— Obrigado, princesa! Estamos indo para a casa do James, você vem ou precisa ir para casa?
— Não é todo dia que você ganha o NFL. Hoje é dia de comemorar! Claro que vou com você. — Disse ela, animada.
— Preciso somente passar em casa rapidinho e, de lá, seguimos juntos.
Ela assentiu e saímos. Prometi à minha mãe que, se vencesse, passaria lá antes de comemorar para lhe dar um abraço. Pode parecer tolo, mas se estou aqui hoje, é devido ao sacrifício dela, e eu jamais esqueceria esse grande detalhe.
Ao entrar em casa, me senti orgulhoso por proporcionar aquele conforto a ela, depois de tudo que ela passou para me manter na direção certa. Encontrei-a sentada no sofá em nossa sala de estar, foleando um de seus livros favoritos.
Minha mãe criou o hábito de não assistir a meus jogos. Ela dizia que isso iria acabar lhe causando um ataque fulminante. Ela só sabia o resultado quando eu entrava pela porta e olhava para ela.
Minha mãe não teve uma vida fácil, muitas vezes saía durante a madrugada para realizar suas faxinas e, quando retornava, muitas vezes dormia somente quatro horas por dia.
Durante toda minha vida, ela nunca me permitiu dormir sem uma refeição decente. Todos os livros que precisei para concluir meus estudos, ela se sacrificava para comprar. Puder dar um conforto a ela agora era o mínimo que eu poderia fazer.
Morávamos em Bel Air, em uma pequena mansão se comparada a outras da localidade. Meu salário como jogador profissional me permitia esse tipo de luxo e depois que me destaquei como quarterback tudo mudou ainda mais.
Tinha uma bela fortuna no banco, mas continuei mantendo a humildade que minha mãe sempre fez questão de me ensinar. No entanto, não abdiquei do conforto de morar em uma bela casa e ter à disposição alguns funcionários para que minha mãe não tivesse mais que trabalhar.
Assim que nossos olhos se cruzaram, ela soube que saímos vitoriosos. Ela se levantou e correu para me abraçar, me dando os parabéns. Seus olhos estavam turvos com algumas lágrimas que ela lutava para segurar.
Minha mãe não gostava de demonstrar o que estava sentindo, mas sei que naquele momento ela estava emocionada pela minha vitória. Depois que ela me soltou, abraçou Victória e perguntou como foi o jogo.
— Bom, no geral. — Falei.
— Bom? Foi emocionante, Grace, e seu filho foi o responsável pela vitória de hoje. Ele fez o touchdown que garantiu o troféu para seu time. Ele só não gosta de se gabar, mas ele foi o herói da partida hoje. — Victória disse, entusiasmada.
— Parabéns, meu filho! Sei o quanto essa vitória era importante para você. Eu nunca duvidei de sua capacidade, sempre disse que, se você realmente quisesse muito uma coisa e lutasse por ela, você poderia conseguir. Estou muito orgulhosa de você, meu amor. — Disse minha mãe, voltando a me abraçar e me beijando mais uma vez.
— Mãe, vamos sair para comemorar. Passei aqui somente para lhe abraçar e informar pessoalmente que vencemos. Estamos indo para a casa do James e provavelmente vamos dormir lá, porque pretendo beber. Então, não fique me aguardando chegar, descanse e amanhã encontro a senhora aqui novamente. Sua benção, mãe! — Disse, indo até ela e lhe dando um beijo na testa.
— Deus te abençoe, meu filho! Estou com meu coração um pouco apertado, então tenham cuidado. — Ela disse, preocupada.
— Tudo bem, mãe. Assim que chegar lá, envio uma mensagem informando que chegamos. Mas tranquilize-se, que teremos o máximo de cuidado.
Victória se despediu dela e saímos para encontrar os caras. Quando chegamos à casa do James, a festa já estava bombando.
Muita gente, som de qualidade e toda nossa equipe presente, além de comida e bebida circulando com garçons. Parecia que o James já estava preparado para nossa vitória. Peguei meu celular e enviei uma mensagem para minha mãe…
Ethan: Chegamos em segurança. Descanse. Amanhã estarei em casa.
Peguei uma bebida para Victória e outra para mim na bandeja do garçom que passou por nós. Encontrei os caras reunidos na beirada da grande piscina da mansão de James.
Todos falavam do touchdown decisivo. Quando Caleb, meu melhor amigo e um verdadeiro irmão, me viu, ele começou a gritar de onde se encontrava.
— Chegou o grande herói da partida!
E todos os caras vieram me cumprimentar mais uma vez. Observei uma abundância de mulheres ao redor dos caras. Dei graças a Deus porque Victória nunca se importou muito com isso. Sempre deixei muito claro meus sentimentos por ela e ela conhecia meu caráter.
Nunca deixei a fama me subir à cabeça. Sempre mantive meus princípios e acreditava que foi isso que fez ela me dar uma chance. Sentamos à mesa com todos e a conversa fluía normalmente.
Victória se dava muito bem com os caras e todos a respeitavam muito. Desde quando começamos a namorar, ela sempre me acompanhava nesses tipos de comemorações ou até mesmo em algumas reuniões informais que fazíamos. Ela já fazia parte da equipe.
Finalmente, minha vida havia começado a entrar nos trilhos. Já não carregava mais aquele medo terrível de cruzar com William ou Caio. No início, mesmo sabendo que eles estavam mortos, eu ainda não conseguia relaxar completamente.Mas, com o tempo, fui me acostumando, não somente com a ausência do medo, mas também com o fato de assinar as receitas dos pacientes com meu novo sobrenome… Sarah Connor.Fizemos uma nova reforma em nosso quarto para receber o nosso bebê. Preferimos mantê-lo ali conosco, para facilitar quando o Ethan precisasse me ajudar durante a madrugada.Colocá-lo em outro cômodo, sabendo que um recém-nascido acorda a cada hora, ou até antes disso, tornaria tudo mais cansativo para mim e complicado para o Ethan. Por isso, decidimos somente adaptar o nosso próprio quarto para a chegada dele.A sala deu lugar a um ambiente acolhedor e tranquilo, que transformamos em um cantinho especial para o bebê. Todas as roupinhas do início foram compradas em cores neutras, já que optam
Como o Ethan já havia adiantado praticamente todos os preparativos do casamento, não tivemos muitos problemas. Na época, como eu ainda estava me recuperando no hospital e ele tinha limitações físicas que o impediam de visitar locais para a cerimônia, acabou decidindo que o melhor lugar seria a própria mansão.E, sinceramente, foi uma escolha perfeita. Aproveitaram todo o jardim ao redor da casa e, da nossa varanda, eu conseguia ver o quanto tudo estava lindo. Depois de tudo que enfrentamos, merecíamos celebrar e celebrar em grande estilo.Grace, tentando manter alguma tradição, fez com que Ethan dormisse em outro quarto na noite anterior. Mas, como era de se esperar, logo cedo ele escapou.Bateu na porta do nosso quarto com aquele jeito travesso que só ele tinha. Assim que abri, ele se esgueirou para dentro num impulso, fechou a porta atrás de si e me puxou direto para o colo dele, me cobrindo de beijos.O desespero doce no gesto dele me fez sorrir. Era como se não conseguisse mais es
Sentia aquele fogo que o Ethan sempre despertava em mim reacendendo, intenso e quente. Quando sua mão segurou firme meu quadril e me puxou para mais perto, percebi que aquele efeito não era só meu… ele também estava tomado pelo desejo.Fazia pouco mais de um mês que não tínhamos qualquer tipo de intimidade. Ele vinha respeitando meu tempo de recuperação com cuidado e paciência. Por várias vezes, ao convidá-lo para me acompanhar no banho, ele recusava.Só mais tarde entendi o verdadeiro motivo… o medo de não conseguir se controlar quando eu ainda não estava pronta para ele.Mas agora… agora eu já estava liberada para retomar minha vida normalmente. Me aproximei mais, roçando nossos quadris. O gemido que escapou de seus lábios, abafado contra minha boca, fez uma onda de poder e desejo percorrer meu corpo.Então o empurrei suavemente na cama, fazendo-o se deitar de frente para mim. Montei sobre ele, mantendo o olhar firme no dele. Em um gesto lento e provocante, puxei minha blusa para ci
SARAHApós mais uma semana no hospital, sempre cercada pelos amigos e pela minha família, finalmente recebi alta. O médico me explicou que, devido a todo o procedimento adotado, eu poderia sentir, de vez em quando, um pouco de falta de ar.Mas que, com a fisioterapia respiratória que eu mesma poderia realizar, esses desconfortos tenderiam a diminuir com o tempo.Ele também foi claro ao dizer que, por muito pouco, eu não tivera o mesmo destino daqueles dois miseráveis. Segundo suas palavras, foram “coisas de centímetros” que impediram a bala de atingir meu coração.Ethan tem me mimado de todas as formas possíveis desde então, desde preparar meu café da manhã até ajustar meus travesseiros na hora de dormir. Mas também me deu uma bronca séria por eu ter me colocado entre ele e aquela bala. Como se ele não fizesse exatamente o mesmo se estivesse em meu lugar...O que ele não entende, ou talvez entenda bem demais, era que eu teria morrido cem vezes se fosse necessário, só para impedir que
Quando estava saindo, fui surpreendido por um grande grupo de pessoas reunidas em frente ao hospital. Carregavam cartazes com o nome da Sarah e cantavam uma oração.Já tinha visto algo assim em filmes, mas nunca ao vivo. Fiquei em choque, completamente paralisado diante da cena. Nayara, que também estava por ali, se aproximou de mim. Eu estava profundamente emocionado.— Essas pessoas, em algum momento, foram tratadas pela Sarah ou conheceram alguém que foi. Souberam do que aconteceu por meio da homenagem no estádio. A partir disso, formaram uma corrente do bem nas redes sociais e decidiram vir até aqui. Como não puderam visitá-la, resolveram orar por ela do lado de fora. — Explicou Nayara.Ali, pude ter noção do quanto Sarah era dedicada ao seu trabalho. Finalmente compreendi por que aquilo ocupava um lugar tão importante em sua vida. Através dele, ela transformava a vida de outras pessoas.Diante daquela cena, tive a certeza do quanto minha mulher era querida e nada daquilo dizia re
Quando voltei para aquela sala de espera, tive a impressão de que meu coração havia diminuído o ritmo. Sentia-me sufocado, e aquilo foi me causando uma aflição crescente. Eu não podia perder a Sarah, não daquela forma.Perguntava-me o que a levara a se colocar na frente de uma bala por mim. Talvez fosse o mesmo sentimento que me faria fazer o mesmo por ela. Porque, no fundo, acreditava que era isso que teria acontecido. Jamais permitiria que aqueles canalhas a levassem. Preferia morrer a vê-la partir.Cada vez que aquela porta da ala restrita se abria, eu prendia a respiração, temendo a notícia de que poderia sair de lá de dentro. A tensão me consumia pouco a pouco.Quando, finalmente, o médico apareceu, bastou um olhar para entender que ele não trazia a resposta que eu tanto esperava. Aquilo me desesperou. Senti-me devastado, como se algo dentro de mim tivesse sido arrancado.— Não, não… não pode ser! Por favor, não! — Gritei, tomado pelo desespero.— Calma, meu amor, não se desesper
Último capítulo