POV Sophia Sinclair

O corredor da mansão estava silencioso, mas não de um silêncio confortável. Era pesado, como se cada parede tivesse ouvido tudo o que fora dito no escritório. Eu caminhava rápido, querendo apenas chegar ao meu quarto, me esconder de mim mesma.

Mas ele estava lá.

Encostado no batente da porta, braços cruzados, olhos atentos. Enzo.

A rigidez do corpo dele denunciava o que eu já sabia: ele tinha ouvido.

Por um instante, pensei em passar reto, fingir que não vi, mas ele deu um passo à frente, bloqueando minha passagem.

— Sophia.

A voz dele era firme, mas não acusatória.

— Enzo… — Suspirei, exausta. — Eu não tenho energia para sermão.

— Não vim dar sermão. — Ele me olhou fixo, com aquela expressão de soldado que não deixa escapar nada. — Mas sei que ouviu mais do que gostaria lá dentro.

Cruzei os braços, tentando me proteger. — Eu precisava ouvir. E ainda preciso de mais respostas.

Ele arqueou uma sobrancelha, curioso.

Foi então que a lembrança me atingiu em cheio. Uma