Dállia lavou o rosto, tentou arrumar a postura e saiu do banheiro, não podia ficar ali para sempre e não estava disposta a desistir. Voltou para a mesa que ficava atrás de uma divisória de madeira, só ela ficava ali. Em um escritório totalmente aberto, onde as únicas salas fechadas eram as dos líderes, ela havia ficado isolada. Sobre a mesa encontrou uma caixa de lápis de cor e alguns desenhos para colorir. Estranhou, mas organizou tudo em uma gaveta e se sentou esperando as primeiras ordens do dia. Uma senhora de uns cinquenta anos entrou empurrando um carrinho de limpeza. — Oh minha filha, o que está fazendo aqui? — Eu comecei hoje, é meu primeiro dia. Me chamo Dállia e a senhora? — Edilene, mas todo mundo aqui me chama de Êdi. Acho que está no lugar errado, querida. Aqui é o cantinho que guardamos os lixos e os produtos para não ficar feio.Dállia olhou em volta, o espaço não tinha mais do que um metro quadrado, mas puxou um pouco o banquinho de madeira que tinham dado para q
Um dia difícil, uma mistura estranha de felicidade e angústia. Amou tudo o que aprendeu e achava que se Mirna continuasse ensinando tudo com aquela paciência, em pouco tempo já não precisaria de ajudar, mas havia Julian. Ele estava lá, como uma assombração em meio ao paraíso. Respirou fundo e quando todos foram embora ela continuou fazendo e refazendo cada coisa que havia aprendido, fez anotações, olhou com cuidado o sistema, verificou os e-mail que tinha recebido durante o dia, leu o manual de governança da empresa e deu uma risada amarga quando uma parte em especial chamou sua atenção. A Companhia adota uma política de tolerância zero em relação ao assédio sexual, garantindo que nenhuma mulher, ou qualquer colaborador(a) será submetida a situações de constrangimento, intimidação ou violência de natureza sexual no ambiente de trabalho. O respeito, a dignidade e a equidade são pilares inegociáveis da nossa cultura corporativa.Grifou aquela parte e deixou o material sobre a própria
Poderia ter sido só um banho, e se fosse falar a verdade, Dállia nem queria, preferia apenas trocar de roupas e dormir, mas tinha prometido que sempre teria disposição para estar com Tank. E como se o pensamento pudesse chamar por alguém, ele apareceu na porta do banheiro. — Vem, minha flor. Dállia desceu os olhos pelo corpo do namorado, Tank estava usando apenas uma box branca que marcava a masculinidade dele de uma forma tentadora. Respirou mais fundo antes de o seguir para dentro do banheiro. Tank entrou primeiro, sem tirar a cueca, segurou a mão da menina e a fez se sentar. — Não vai tirar? O rapaz deu um sorrisinho sacana antes de responder. — Hoje nãoEla quase ficou magoada, mas só até Tank se sentar na borda da banheira e puxar um dos pés dela. Ele massageou com cuidado, devagar, de um jeito que Dállia tinha certeza de que só ele poderia fazer. Depois passou para o outro, refez o processo e depois massageou as pernas da menina. E quando Tank terminou, ela se virou na
Dállia ficou encantada com tanto cuidado, não sabia o que era isso. A casa em que morava com Russo era muito maior, mas não se comparava em beleza com aquele pequeno refúgio. — Eu não sabia que alguém podia gostar de mim, assim.— E eu não sabia que podia amar tanto quanto eu te amo. Mas aí você apareceu. Pequena, teimosa e minha. Dállia, você é tudo o que eu quero para vida. Ela riu entre as lágrimas, fungou, tentou limpar o rosto com as mãos, mas Tank passou o polegar no rosto da menina como se quisesse apagar qualquer tristeza que ainda restasse naquele coração. Queria ela para ele, só para ele e encheria aquele rosto com sorrisos. — Vem ver o quarto Ele a puxou pela mão com o jeito de quem mesmo sem saber o que fazer, faz tudo o que pode. E Dállia encontrou um guarda-roupas imenso que cobria duas das paredes do quarto, todo feito em madeira rústica, mas lixado e envernizado com cuidado. Dentro os vestidos que havia ganhado de Tank enquanto ainda se escondiam, além das roupas
E foi essa pequena parte que Tank descobriu que o fez ainda mais apaixonado, mais ligado a ela, quase desesperado para oferecer algum conforto. Não o conforto que ele ainda achava que ela tinha buscado ao se entregar para Russo. Esse, ele ainda não podia oferecer, mas queria muito que ela tivesse um abrigo em seus braços. Aliás, ele queria poder roubar Dállia só para ele, porque cada vez que buscava a menina no trabalho e a via dizer tchau ao segurança com aquele sorriso perfeito, Tank sentia o peito queimar e uma vontade terrível de matar aquele homem. Mas naquele sábado, tudo o que sentia era amor. — Ela perguntou de mim? Falou alguma coisa? — Não perguntou nada minha flor e eu não quis falar da gente. Você quer voltar lá? Conversar com ela? Aquilo era um teste, Tank sabia que a velha imunda que tinha a alma mergulhada em depravação já não poderia receber ninguém, nem a casa que servia aos agenciamentos dela estava de pé, mas queria saber se Dállia gostava daquela senhora, sab
Passaram o dia na casa de Buck, e Tank amou ver o jeito como Dállia e Isaac se deram bem. A corrida de corredor ganhou um som mais bonito do que a voz rouca dele, agora, eram as gargalhadas da menina misturadas as do garotinho. Naquele momento, soube que, se tivesse um filho com Dállia, deitaria no chão para que ela passasse por cima. Afastou o pensamento, não podia ser. As pessoas lá fora não eram como Buck e a esposa, não teriam a doçura de Isaac e muito menos o veriam com tanto respeito. Achava que aquele casamento seria o fim do pouco respeito que havia conseguido construir na organização. Ainda assim, era lindo. Depois de um lanche reforçado, o casal foi embora prometendo que Dállia voltaria todos os sábados. A casa de Buck estava ficando movimentada.Já no carro a mão de Tank foi para a coxa de Dállia. Estava chegando no limite. — Estou louco de saudade, minha flor. Ela abriu a perna facilitando o acesso ao que o namorado queria e ele a olhou com um sorriso de canto que se
Passaram o final de semana daquela forma, entre beijos, carícias e muito sexo. Tank também descobriu algo sobre si mesmo, amava ensinar. Bom, talvez não fosse exatamente assim, porque era a primeira vez que se importava em ensinar uma mulher a fazer amor. Normalmente ele não se incomodava se a garota que estivesse embaixo dele estava gostando ou não. Ao menos, todas voltavam, mas nunca se importou. Com Dállia não foi assim. Ele amou quando levou a mão dela em uma área mais íntima e pode guiá-la naquele processo. Estavam se beijando, tinham acabado de fazer amor e Dállia estava deliciosamente enxarcada do prazer de ambos. Passou a mão entre as pernas da menina e levou a mão a própria boca. O gosto era perfeito, passaria o dia inteiro saboreando. Ela sorriu meio tímida. — Por que sempre faz isso? — Porque você tem mel aqui, minha flor. E eu sou um zangão guloso. Dállia ficou corada, e foi quando Tank puxou a mão dela junto com a dele, no começo ela ficou tensa, mas depois ele
Tank não voltou para casa, tirou a camisa social que ele nunca gostou e jogou pela janela do carro. Voltou para o condomínio da máfia, quis levar a irmã para a aula, mas ela já não estava, passou o dia treinando, trocar socos era o único jeito que conhecia para desestressar e nesse dia, pela primeira vez, ele foi notado pelo chefe de treinamento. — O garoto é bom, tem certeza de que ele é da segurança? — O chefe deu ordens de que ele não trabalhasse, está afastado até disso. — Vou falar com o chefe.Dylan comandava os treinamentos da máfia desde que se juntou a eles, o conhecimento que adquiriu quando ainda era do FBI o fez um membro valioso. A única questão era que ele só obedecia a um homem e esse não era o atual capo, aliás nem mesmo o antigo. O caminho que o levou até aquele lugar foi cheio de curvas, obstáculos e preconceito, mas o fato é que Sombra o salvou de si mesmo. Dylan se infiltrou entre eles usando uma garota, mas a pessoa que ele mais feriu foi justamente a que e