O trânsito estava avançando lentamente, ao contrário de outros dias, a mente de Pedro não estava na reunião sobre os procedimentos após o acidente na obra. Ela estava em Ana. Ele sentia um nó no estômago, um peso que não o deixava em paz desde que entrou no carro, algo estava diferente. Decidiu ligar e falar com a Ana, ela não estava agindo como sempre e isso o deixava inquieto.

_ Ana, por favor, me atende, ele murmurou para si mesmo, pegando o celular. Tocou uma vez, duas... caixa postal. Pedro suspirou. Ele precisava se desculpar, precisava explicar que tinha sido um idiota em defender Sofia, sua ex. O sorriso dela, antes doce e confiante, agora parecia um tormento na sua memória.

Tentou novamente. O carro deslizava pela avenida, a paisagem familiar mal era notada por Pedro. Quatro toques, e de novo, a voz gravada o informava que Ana não podia atender. Uma pontada de preocupação começou a apertar o peito de Pedro. Isso não era normal. Ana sempre atendia. Mesmo nas raras discussões,