Isadora passou o dia mergulhada no trabalho, como se cada tarefa pudesse apagar o buraco que se abria lentamente em seu peito. Desde que Lorenzo assinou o contrato, ela tentava não pensar, não sentir, não se permitir fraquejar.
Ela não sabia exatamente o porquê do silêncio. Mas também não conseguia ignorar o que sentia. Algo estava errado. Muito errado.
O último olhar que ele lhe lançara antes de partir não saía da sua cabeça. Havia algo diferente em seus olhos — uma tristeza contida, mas ao mesmo tempo carregada de mágoa, como se estivesse acusando-a em silêncio. Um olhar que dizia mais do que qualquer palavra poderia dizer.
E era por isso que Isadora sentia, no fundo do peito, que Lorenzo sabia. Talvez não tudo. Mas o suficiente para entender que ela escondia algo grande. Algo essencial.
Gabriel.
O filho que tiveram juntos. O segredo que ela guardou com unhas, dentes e lágrimas.
Ao longo dos últimos dias, ela tentou convencer a si mesma de que estava tudo bem. De que Lorenzo havia