— Carina, eu não quero mais viver.
Fiquei olhando para essa mensagem por alguns segundos antes de ligar imediatamente para Ana.
Mas ela não atendeu.
Tentei de novo. Nada.
Então liguei direto para o escritório dela.
— Ana Gomes está aí?
Assim que atenderam, perguntei sem rodeios.
— Ela pediu licença.
A resposta me fez prender a respiração.
Antes que eu perguntasse mais alguma coisa, a pessoa do outro lado falou:
— Você é a assistente Carolina, certo?
Ela me reconheceu pela voz?
— Sim, sou eu. Quanto tempo de licença ela pediu?
— Três dias. Deve voltar amanhã. Se precisar falar com ela, tente o número pessoal.
A resposta foi educada, mas seca.
Mesmo depois de tudo o que aconteceu, ainda me tratavam com respeito.
Provavelmente porque, mesmo sem ser oficialmente parte da família, ainda tinham receio de me desagradar.
Mas agora isso não importava.
Ana estava estranha.
E eu estava longe demais para ir atrás dela.
Respirei fundo.
— O celular dela está desligado. Você tem outro contato dela?
—