— Miguel.
Atendi o celulare o chamei pelo nome.
— Tião já me contou tudo. Você está bem?
A preocupação na voz dele era evidente.
— Estou, mas acabei te dando trabalho.
Mesmo depois de tudo, minha postura com ele continuava formal e educada.
Houve uma pausa curta do outro lado da linha.
— Fique tranquila. Enquanto estiver na minha casa, nada vai acontecer com você.
— Certo.
Não havia mais o que dizer.
Normalmente, a conversa terminaria ali, mas Miguel hesitou e acrescentou:
— Não se preocupe. Você vai ficar bem.
Uma garantia que, no fundo, nem eu mesma conseguia acreditar.
Desde que Renan me escolheu como alvo, a única forma de realmente ficar segura seria se George e os outros conseguissem acabar com ele de vez.
Caso contrário, enquanto ele estivesse à solta, meu pesadelo não terminaria.
Mas não falei isso para Miguel.
Apenas murmurei um breve "hmm."
— Se precisar de qualquer coisa, me ligue. Ah, e... contratei uma diarista para cuidar da casa e preparar suas refeições.
Somente depois