Capítulo 57
Miguel parou e olhou para mim com desconfiança.

Eu sorri sem jeito.

— Foi a tia que fez a reforma.

Depois disso, entreguei a bolsa dele.

— Mano, vai lá. Dá uma descansada e organiza suas coisas. Eu também vou arrumar algumas coisas.

Ele concordou com um aceno de cabeça, e eu fui para o meu quarto.

O quarto ainda estava com as coisas minhas e do Sebastião. Dava para ver que, desde que eu fui embora, ninguém tinha usado o espaço.

Pelo jeito, Sebastião não voltou para cá nem uma vez. Então, onde ele estava ficando? Será que estava morando com a Lídia lá na Comunidade Cênica?

Essa ideia me apertou o peito. Parece que, mesmo conseguindo tirar o Sebastião do meu coração, a ferida que ele deixou ainda precisava de tempo para cicatrizar.

Afastei esses pensamentos e comecei a arrumar minhas coisas na mala.

Eu sempre tive o hábito de praticar o “desapego”, então não tinha muita coisa. Minhas roupas e itens pessoais cabiam todos em uma mala.

Quando já estava quase acabando de arrumar, ouvi uma ba
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