Depois de embarcar no avião, fechei os olhos e dormi, sem trocar uma palavra com Miguel. Ele parecia perceber meu estado de espírito e, com muita sensatez, não tentou me incomodar.
Quando o avião pousou, finalmente falei com ele.
— Irmão, vou procurar o George. Depois, vou direto pegar um táxi.
Miguel abriu a boca como se fosse dizer algo, mas hesitou antes de continuar.
— Meus pais chegaram.
Eu congelei por um momento, e uma tensão passou pelo meu rosto.
— Você está falando sério?
— Sim. — Miguel confirmou, e logo continuou a explicação. — Meus pais estão muito preocupados com você, eles ficaram o tempo todo perguntando sobre o seu estado enquanto você estava desacordada. A cada dez minutos, eles ligavam para saber como você estava. Então...
Ele não terminou a frase, mas eu o interrompi.
— Eu entendi. Quero que, quando os veja, mostre que estou bem. Assim, eles ficam tranquilos.
Saímos em direção à saída do aeroporto e, de longe, consegui ver Cátia e João. Eles estavam de pé, olhando