Afinal, fui eu mesma que não consegui o empurrar, não é?
Ele realmente sabe como ser pretensioso.
Mas se ele quisesse se iludir, que se iluda. No fim, quanto mais forte for sua obsessão, mais ele feriria-se.
Talvez isso seja uma punição do destino para ele, ou talvez meus pais, já no além, se sintam tocados pelos sacrifícios que fiz nos últimos dez anos, e por isso permitiram que Sebastião não conseguisse seguir em frente com o passado que tivemos.
— Daniel vai te trazer o celular mais tarde, descansa bem quando chegar em casa. — Sebastião disse, antes de me soltar.
Ele se foi, com a postura firme, como sempre foi.
No passado, eu ficava cheia de felicidade ao ver a silhueta dele se afastando, mas agora, tudo que sinto era uma sensação de estranheza, quase como se fosse um estranho.
Desci as escadas e, quando cheguei no hall, Daniel apareceu.
— Assist. Carolina.
Já não sou mais assistente dele, mas ele ainda me chama assim.
Era só uma forma de se dirigir a mim, então não corrigi.
— O