— O Sr. Sebastião disse que sua garganta está rouca e até pediu para o pessoal da loja adicionar ervas, fez o pedido no meio da noite e agora ainda está quentinho. — Daniel disse, colocando a pera assada em minha mão.
Minha palma se aqueceu, e eu segurei a sacola com a pera assada, abaixando o olhar.
Daniel já havia ligado o carro.
— Assist. Carolina, posso te levar até o Bairro de Solana? — Ele perguntou.
O Bairro de Solana era a localização do meu condomínio atual.
Daniel fez a pergunta de maneira tão natural, e eu percebi que a razão de Sebastião ter aparecido no meu andar naquela noite estava mais clara agora, provavelmente Daniel havia investigado e passado a informação para ele.
— Não. — Eu recusei.
Daniel ficou surpreso por um momento e me olhou pelo retrovisor.
— Então... — Ele hesitou.
— Daniel, pode parar o carro? — Minhas palavras fizeram Daniel dar um sobressalto e ele estacionou na beira da rua.
Ele me olhou desconfiado.
— Assist. Carolina, você...
Eu o interrompi.
— Não v