Vinicius parou de repente, me olhando com certa surpresa, como se não esperasse ouvir aquilo.
Eu percebi que tinha sido impulsiva demais e tratei de me explicar depressa:
— Não foi isso que eu quis dizer, eu só...
— Tudo bem! — Ele me interrompeu.
— Antes do acidente, ela era muito animada, adorava fazer amizades... Tenho certeza de que, se pudesse te ver, ela ficaria feliz com a visita. — Ele falou olhando para o chão, quase como se estivesse conversando consigo mesmo. Aquele tom baixo, misturado ao peso em sua voz, me deixou com o coração apertado.
— Carolina, vem comigo. — E voltou a caminhar.
Eu segui seus passos, observando suas costas largas e eretas. De repente, aquele porte parecia mais pesado, como se ele carregasse um fardo invisível, mas insuportável.
Vinicius me levou até uma ala de reabilitação. O local lembrava as suítes VIPs do hospital: moderno, confortável e, obviamente, caro. Era evidente que a família da mulher que estava ali tinha boas condições financeiras.
Parado