A cena toda era constrangedora, menos para George.
— Sr. Miguel, só um momento. — George, com a maior naturalidade, me colocou no sofá com cuidado.
Ele não saiu logo em seguida. Em vez disso, calmamente pegou uma toalha úmida e limpou minhas mãos.
— Come. A sopa está quente, não beba com pressa. — Disse, com o tom despreocupado de quem estava acostumado a cuidar.
Miguel continuava parado na porta, visivelmente desconfortável, preso naquela situação onde entrar ou sair parecia igualmente inadequado. Só de olhar para ele, eu já me sentia sem graça.
— Pronto, eu mesma faço. — Falei, na tentativa de dar um fim àquela situação. Minha intenção era clara: que George fosse logo falar com Miguel e resolvesse o que quer que fosse.
George, no entanto, parecia alheio à tensão. Antes de sair, ele meticulosamente abriu todas as embalagens de comida, organizou os pratos e talheres em frente a mim, como se estivesse montando uma cena proposital.
Era uma demonstração de cuidado quase teatral. Para Migu