A jovem parou por um instante, mas depois de alguns segundos de hesitação, continuou andando.
Esther foi rápida e se colocou à frente dela, bloqueando sua passagem.
— Você passou tanto tempo sendo torturada aqui e não sente nada? Nenhuma vontade de reagir? — Perguntou Esther, segurando firmemente o pulso da garota.
Sentir algo? Como não sentir?
A garota abaixou os olhos. Claro que tinha sentimentos. Claro que tinha desejos. Mas de que adiantava? Ela era apenas uma escrava. Os soldados do Faraó eram implacáveis, fortes e bem armados. Mesmo que quisesse lutar, o que poderia fazer?
Sem falar que ninguém ali era unido. Muitos já estavam tão acostumados com o sofrimento que nem sabiam mais o que era resistir.
— Só quero sobreviver. — Murmurou a garota, com um sorriso amargo. — E se não puder sobreviver, que pelo menos eu tenha uma morte rápida.
Ela parecia tão jovem, mas aquele sorriso... A tristeza e o vazio nos olhos dela davam a impressão de alguém que já tinha visto décadas de sofriment