Maya
— Bom dia — disse o médico ao entrar no quarto. — Como passou a noite? — perguntou ao Victor pegando seu prontuário sobre a pequena mesa nos pés da cama.
— Dormi a noite toda — respondeu Victor.
— Ótimo. Sente dor?
— Não.
— Vou levá-lo para repetir os exames e se tudo estiver bem, vou liberá-lo amanhã para casa. E você, mocinha? — perguntou virando-se para mim. — Está mais calma?
— Estou — respondi chegando mais perto da cama e pegando a mão do Victor.
— Sua filha esteve bastante preocupada com você — disse o médico sorrindo para mim e depois olhou para Victor, que fechou seu semblante enrugando a testa.
— Ela não é minha filha — disse Victor rude, entrelaçando nossos dedos.
O médico arregalou os olhos surpreso e nos encarou sem graça. Seu olhar desceu para nossas mãos unidas e só então ele entendeu.
— Desculpem-me, eu...
— Tudo bem — interrompi-o. — Vou esperá-lo aqui — disse ao Victor curvando-me até seus lábios e os selando com um beijo delicado e demorado.
Levaram-no e eu apro