Deixei a sala e subi para o quarto. Victor estava no banho. Quando saiu e viu-me sentada na beirada da cama, encarando as caixas sobre as minhas coxas, ele se aproximou. Nu.
Parou à minha frente, com o pau a um palmo de distância da minha face. Olhei para ele e ri.
— O que tem nas suas mãos? — perguntou curioso, secando os cabelos com a toalha.
— São presentes para as meninas. Enviados pela Eliza.
Ele parou o que fazia e encarou-me com o cenho franzido.
— Me dê isso! — ordenou, jogando a toalha no chão.
Entreguei as caixas para ele, que abriu uma e depois a outra.
— O que tem aí?
— Bonecas de pano. Fotos minhas e... uma carta.
— Posso ver?
Entregou-me as caixas.
As bonecas eram lindas, feitas à mão. As fotos me fizerem sorrir. Era Victor quando mais novo. Os cabelos ainda escuros, pele sem rugas, sorriso contagiante como ainda é.
Victor apanhou a carta e a abriu-a. Não era para as meninas. Era para ele. Em silêncio, a leu sentado ao meu lado. Quando acabou, colocou-a de volta no envel