Maya
Acordei às oito horas com a conversa alta das pessoas que passavam pelo corredor lá fora. Deitada na cama e encarando o teto, resolvi que era hora de dar sinal de vida para Clarice. Estava a ignorando há dias. Aliás, não só ela, mas também minha avó, Dick e Penny. Sentei-me na cama e peguei meu celular ao lado sobre o criado-mudo e busquei seu número na agenda. Ela atendeu no segundo toque.
— Graças a Deus, Maya! — Senti o desespero em sua voz. — Sabe como estou preocupada com você? Quase não tenho dormido à noite.
— Oi. Desculpe-me, Clarice. É que meus horários andam meio loucos e tenho trabalhado bastante. Como você está?
— Furiosa com você, mas agora que sei que está bem, me sinto melhor. — Suspirou aliviada.
— Perdoe-me — pedi ressentida em lhe causar isso.
— Maya... Já é hora de me dizer onde está! Com o que está trabalhando?
— Clarice... Desculpe-me, mas não vou dizer onde estou. — Não podia. Sabia que ela viria atrás de mim. — Eu estou bem, fique tranquila. Estou trabalh