Maya
Fechei a porta e descemos para o térreo. Caminhamos pela calçada até o ponto de ônibus a alguns metros mais à frente.
— Então... qual é a sua história? — perguntou ela.
— Como assim, a minha história?
— Você não é daqui, está sozinha e desempregada. Então, você tem uma história.
— Ah, bom... Eu sou de Oklahoma e vim para Chicago, porque precisava de um novo ponto de partida. História curta. E você?
— Meu pai é um alcoólatra machista, que acredita que amor se demonstra com socos e chutes. Seu talento é bater na minha mãe e nos seus filhos. Fugi dele e vim parar aqui, mas voltarei em breve para livrar minha família daquele crápula.
— Sinto muito.
Realmente sentia, tive pena da sua história.
— Seus irmãos ficaram na sua cidade? — perguntei curiosa.
— Sim, mas estão em uma casa de apoio para menores.
— E a sua mãe?
— Ela se recusa a deixá-lo e toda vez que apanha, justifica dizendo que ele só está em um dia ruim e sempre acredita quando ele diz que vai mudar.
— Você vai conseguir bus