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Capítulo 8 - tensão no ar

Na manhã seguinte, o clima na Valentin Company estava mais silencioso do que de costume. O burburinho do corredor parecia distante quando Lívia chegou e foi informada por Patrícia de uma nova orientação de Arthur.

— O senhor Valentin pediu para prepararem uma mesa para você… dentro da sala dele — disse a secretária, com um olhar carregado de insinuação. — Disse que terão muitas questões para resolver juntos.

Lívia sentiu o rosto esquentar. Não respondeu ao tom sugestivo de Patrícia, apenas agradeceu e entrou na ampla sala de Arthur. O ambiente já estava arrumado: ao lado de sua mesa imponente de madeira escura, uma mesa menor havia sido posicionada com seu notebook e alguns documentos.

— Bom dia, Lívia. — Ele levantou o olhar do laptop, a gravata perfeitamente alinhada e a barba levemente aparada, que lhe dava um ar ainda mais sedutor. — Quero que trabalhe aqui hoje. Assim podemos resolver tudo mais rápido.

— Claro — respondeu ela, acomodando-se na cadeira.

Durante toda a manhã, o trabalho foi intenso, mas o espaço compartilhado tornava inevitável o contato. Um toque na mão ao passar documentos, um olhar mais longo que o necessário quando ela explicava algo, um leve sorriso dele quando percebia que ela desviava os olhos.

— Gosto de como você é organizada — comentou Arthur, aproximando-se para ver um relatório na tela dela. Sua mão apoiou-se na lateral da mesa, inclinando o corpo de forma que ela pudesse sentir seu perfume e a tensão de sua presença. — Facilita o meu trabalho.

— É para isso que estou aqui, senhor Valentin — ela disse, tentando manter o tom profissional, mas a respiração denunciava um certo nervosismo.

O toque do telefone fixo quebrou o momento. Arthur atendeu e, em poucos segundos, seu semblante mudou.

— Mãe… — disse ele, em tom baixo, mas audível para Lívia. — Estou no meio de um dia cheio.

Uma pausa, e então:

— Não, eu não atendi as ligações dela. Não tenho nada a tratar com Beatriz.

Outra pausa, mais longa desta vez.

— Está bem, eu passo para o almoço.

Quando desligou, respirou fundo e olhou para o relógio.

— Preciso sair. — Sua voz voltou ao tom firme, mas seco. — Termine o que está fazendo, voltamos a falar mais tarde.

Arthur saiu para o almoço com Helena, sua mãe, e retornou mais de uma hora depois com uma expressão fechada. Ao cruzar o corredor, Patrícia tentou abordá-lo.

— Senhor Valentini, Beatriz ligou novamente…

— Patrícia, não estou interessado — cortou ele, a voz carregada de impaciência.

Ao entrar na sala, mal olhou para Lívia. Limitou-se a passar instruções rápidas, sem o mesmo contato da manhã. Ela percebeu a mudança de humor, mas preferiu não perguntar. O resto da tarde foi marcado por um silêncio tenso, apenas o som dos teclados e algumas trocas de documentos.

Quando o expediente terminou, Arthur se levantou, pegou o paletó e guardou rapidamente alguns papéis.

— Tenho um compromisso. — A frase foi curta, e ele saiu sem sequer se despedir.

Lívia permaneceu na sala, decidida a concluir um relatório antes de ir embora. A ausência dele tornava o ambiente estranho, mas também mais tranquilo. Até que, de repente, o celular particular de Arthur começou a tocar sobre a mesa.

Ela olhou para o aparelho, sentindo um aperto no peito. Não sabia se deveria atender. O toque insistente continuou. Num impulso, pegou o telefone.

— Alô?

— Lívia? — A voz grave e inconfundível de Arthur soou do outro lado. — Que bom que atendeu. Esqueci meu celular na sala. Preciso que traga para mim.

— Agora? — Ela olhou para o relógio, surpresa.

— Sim. Vou te passar o endereço. — Sua voz não deixava espaço para questionamentos.

Ela anotou rapidamente as instruções, sentindo o coração acelerar. Ao desligar, respirou fundo. Ir até a casa dele não era parte do seu dia de trabalho… mas a ideia a deixava inquieta, carregada de uma curiosidade que misturava nervosismo e expectativa.

Pegou a bolsa, guardou o celular de Arthur com cuidado e seguiu para o elevador. Enquanto as portas se fechavam, sabia que aquela noite estava prestes a ganhar um tom diferente — e talvez mais perigoso — do que qualquer outro momento que tivera com ele.

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