Arthur foi o primeiro a romper o silêncio que parecia sufocar os dois.
—Acho que precisamos conversar.
A voz dele saiu grave, mas não dura. Era como se estivesse cansado de carregar algo sozinho por muito tempo. Lívia apenas assentiu, sem ter certeza por onde começar. Seguiu seus passos até a sala dele, o coração pesado e ansioso.
Arthur pegou o telefone, discou rapidamente e pediu comida japonesa. A atitude a deixou confusa; seus olhos se estreitaram, como se quisesse decifrar uma intenção oculta.
—Vamos conversar e aproveitar para jantar. Estou morrendo de fome… e imagino que você também. — Ele tentou sorrir, quase pedindo desculpas.
—Sim… — respondeu ela, com uma delicadeza que escondia sua tensão. — Não deu nem tempo de comer o lanchinho que a Bianca deixou pra mim.
O ar ficou denso. Eles estavam ali, frente a frente, mas ainda pareciam pisar em ovos. Palavras acumuladas engasgavam na garganta de ambos. Até que Arthur respirou fundo, tomou coragem e disse:
—Preciso e