Eu não sabia o que era mais desconfortável: estar nervosa pela entrevista de emprego ou estar dentro do carro de Caio Moreno às oito e meia da manhã de uma terça-feira.
De salto.Com uma pasta de currículo no colo.E tentando, desesperadamente, fingir que minha voz não tremeria caso ele resolvesse puxar assunto.— Você vai ficar em silêncio até lá? — ele perguntou, mantendo os olhos na avenida.— Tô me concentrando — respondi, olhando pela janela.— Em quê? Em manter a respiração ou em não parecer nervosa?— As duas coisas, se quer saber.Ele deu uma risada baixa e ajeitou os óculos escuros no rosto. Estava usando uma camisa preta ajustada, com as mangas dobradas até o cotovelo, e o cabelo bagunçado de um jeito... indecente. Aquele homem tinha a audácia de acordar bonito.— Relaxa. O Victor é tranquilo. É meio workaholic, mas sabe reconhecer talento.— E você disse o quê sob