Era só uma toalha.
Uma toalha esquecida na maçaneta da porta do banheiro. Mas naquele dia, ela se tornou o estopim de uma guerra silenciosa entre mim e Caio.— CAIO! — gritei do corredor, já enrolada na única toalha seca disponível, tentando não escorregar no piso.— O que foi agora? — ele apareceu na porta da cozinha, com uma colher de arroz na mão. — Explodiu o chuveiro?— Você deixou sua toalha molhada pendurada na porta. DE NOVO. E a minha estava no varal. Eu quase virei picolé lá dentro.Ele me olhou de cima a baixo — uma análise rápida, mas ousada demais para o meu gosto — e depois deu de ombros, voltando a mexer na panela.— Achei que você fosse branquela por estilo. Mas é de fábrica mesmo, né?Revirei os olhos.— Você é insuportável.— E ainda assim, você continua morando comigo.— Por falta de opção. Não se ache.Ele soltou uma risada baixa e voltou para