68. Minha Irmã
Sophie Williams Volkova
É surreal como alguém consegue nos destruir apenas com algumas palavras. Entrei no carro com o coração em frangalhos, como se cada batimento ameaçasse se partir mais um pouco. Por um instante — um único e cruel instante — acreditei que ele fosse pedir desculpas, que tivesse voltado atrás. E o pior é que, mesmo doendo tanto, eu teria cogitado perdoá-lo. Perdoaria o homem que me quebrou… apenas porque o amo.
O silêncio pesa até que Viktor o rompe com a voz baixa, carregada de tensão.
— Eu não sei o que aconteceu lá dentro, Sophie… mas eu vi e ouvi o que ele disse no jardim. Acredite, precisei reunir muita força para não reagir, para não quebrar a cara dele e obrigá-lo a entender a sua dor. — Ele aperta o volante, e eu o encaro com os olhos ardendo. — Sinto muito. Sinto mesmo que esteja passando por isso.
— Eu também, Viktor… eu também. — Minha voz é quase um fio quando volto a olhar pela janela. O portão da casa dele se aproxima, enorme, imponente, e eu me sinto