58. Me Despedir
O silêncio dominava o quarto, cortado apenas pela respiração tranquila de Sophie, que dormia aninhada em meus braços. Diferente dela, minha mente fervilhava em um turbilhão de lembranças e emoções. Sentia o peito arder com a culpa — a culpa de ter cedido ao desejo. Eu, que prometi nunca trair a memória de Ekaterina, jurei viver apenas pelo sangue e pela máfia… agora me via preso ao calor da pele de outra mulher.
Sophie: doce e veneno em um único corpo, desejo que incendeia, culpa que corrói.
Inquieto, me remexi na cama. Tentei fechar os olhos, mas não consegui. O corpo nu de Sophie, colado ao meu, fazia a culpa pulsar ainda mais forte. Afastei-me. Deixei-a na cama sem ousar olhar para trás — porque, se eu olhasse, eu ficaria. E naquele momento… eu não podia.
No banheiro, mergulhei sob o chuveiro gelado, tentando sufocar o caos dentro de mim. Mas era impossível não sentir que havia acabado de trair Ekaterina. A dor era insuportável, tão intensa que, pela primeira vez em anos, me rendi