O caminho de volta para a mansão é lento. Pela primeira vez em muito tempo sinto meu coração bater em paz. A consciência não me pesa; pelo contrário, sei que o que fiz é exatamente o que Ekaterina teria desejado. O nascer do sol pinta o céu diante de mim, e eu permito que sua luz aqueça um espaço dentro de mim que antes parecia inalcançável.

Assim que ultrapasso os portões, estaciono o carro no jardim e sigo direto para dentro. Não paro para falar com ninguém. Apenas subo as escadas, guiado por uma necessidade silenciosa de chegar até ela.

No quarto, a encontro deitada. Sua respiração serena embala o ambiente como uma melodia discreta. Aproximo-me devagar, sento ao lado da cama e deslizo a mão pela suavidade da sua pele. Ela se remexe levemente; os olhos se abrem para me encontrar. E, naquele instante, o olhar dela me atinge como sempre: intenso, impossível de evitar. Mas, pela primeira vez, não fujo. Permito-me ficar.

— Você está aqui… — ela murmura, os olhos levemente fechados.

— Si