Lizandra
Eu preciso sair. Preciso de ar, de movimento, de qualquer coisa que me distraia da confusão na minha cabeça. Ficar em casa sozinha só alimenta meus pensamentos, e ultimamente, eles têm sido um labirinto sem saída. Pego minha bolsa e decido ir ao shopping. Nada como vitrines brilhantes e lojas cheias para afastar o que me atormenta.
Caminho sem pressa pelos corredores iluminados, observando os manequins bem vestidos nas vitrines. Meus olhos se fixam em uma calça jeans perfeita, o tipo de roupa que veste bem e dura uma eternidade. Olho o preço e, por um instante, hesito. Não que seja algo exorbitante, mas ainda assim, decido ligar para meu pai. Ele sempre gostou de saber como gasto.
— Oi, pai!
— Filha! Que surpresa boa. O que foi?
— Achei uma calça linda. Posso passar no cartão? Prometo que não vou falir você.
Ouço sua risada do outro lado da linha.
— Claro que pode, meu amor. Se fosse até um carro, acho que eu também deixava.
Sorrio, sentindo um calor gostoso no peito. Ele sem