DarlanO gosto metálico da impaciência já secou minha boca. A caneta em minha mão gira entre meus dedos, um movimento automático, repetitivo. Os contratos à minha frente estão borrados aos meus olhos, palavras que não fazem sentido, números que não significam nada. Outro acordo fechado, outra fusão bem-sucedida, mais uma jogada estratégica para manter o império Lambertini intacto. Uma rotina que me sufoca.Desde que David foi empurrado para a presidência da máfia, sob a tutela vigilante de Don Vittorio, eu fiquei com a parte boa, “resolver os problemas internos". Estou muito feliz por ele, apaixonado, casou com a mulher da sua vida, mas desde que começaram os preparativos, a porra do grupo Lambertini e os administrativo da máfia ficaram para mim, é fodah!E estou farto. Empresário? Que piada. Eu nasci para o sangue, para a caça. Meu lugar não é atrás de uma mesa polida ou em reuniões enfadonhas. É nas sombras, onde as decisões são tomadas com projétil e lâmina, não com palavras educa
DavidA noite cai como um véu de seda sobre o Caribe, e o ar carrega um misto de sal e promessas não ditas. As estrelas parecem mais próximas, como se espionassem cada passo nosso pela areia macia. Caminhamos descalços, os sapatos esquecidos em nossas mãos, e o som das ondas quebrando suavemente contra a costa é a única trilha sonora.David está ao meu lado, a camisa branca aberta no peito, revelando a pele quente que ainda carrega o calor do sol. Seus dedos roçam de leve os meus, um toque quase acidental, mas que faz um arrepio subir pela minha espinha. Meu vestido leve balança ao sabor da brisa, a barra arrastando levemente a areia.— Parece que estamos sozinhos no mundo — digo, minha voz pouco mais que um sussurro.— E se estivermos? — ele responde, a mão agora apertando a minha.Paro de andar, forçando-o a fazer o mesmo. O vento brinca com nossos cabelos, e a luz prateada da lua desenha nossas silhuetas na areia. O silêncio entre nós carrega uma tensão deliciosa, quase palpável. D
Don LeviEu sempre soube que a despedida, por mais breve que fosse, o adeus nunca é apenas um ato simples, carrega consigo um peso peculiar, onde muitas vezes as pessoas se entregam sem querer, especialmente os jovens. O tempo parece brincar conosco nesses momentos, arrastando-se de maneira quase cruel. Hoje não é diferente. O ar está carregado de promessas não ditas e olhares que falam mais do que as palavras ousariam.Hannah está ao meu lado, com aquele porte impecável que combina tão bem com sua alma de aço. Os gêmeos, Luan e Leyan, mantêm a postura, mas eu os conheço bem demais para não perceber a inquietação oculta sob a máscara de serenidade. Layane, a nossa menina, envolve a todos com sua presença suave, como se seu silêncio fosse uma melodia ao fundo.Don Vittorio, sempre imponente, é a figura central dessa despedida. Ao seu lado, Liana, tão elegante quanto leal, uma verdadeira dama da máfia, as gêmeas Alice e Alicia, e Darlan, que mantém sua expressão rígida, mas os olhos a
Lizandra LambertiniAssim que o jato pousa em Buenos Aires, sinto uma mistura de emoções. Meu coração acelera quando descemos as escadas da aeronave e avistamos a família Lambertini nos esperando. O sorriso de Liana é acolhedor, seus olhos brilham ao me ver.— Minha menina! — ela exclama, me envolvendo em um abraço apertado antes de alisar minha barriga com delicadeza. — Como estão as minhas netas?Sorrio, sentindo o calor daquele gesto.— Estão bem, cada dia mais inquietas — respondo, e todos riem.O olhar do Don vittorio queima sobre a minha barriga exposta, não penso, vou até ele, pego a sua mão e levo a minha barriga, ele respira fundo, mas vejo seus olhos brilhando, mas qaudno ele fecha os olhos, uma lágrima escorre e ele me puxa para um abraço afetuoso.— Menina, assim você acaba com a minha pose de durão! — ele fala pausadamente e me lança um olhar aprovador, com um meio sorriso discreto. Ninguém conseguiu conter o sorriso.Darlan me cumprimenta com um beijo estalado na bochec
DavidO brilho nos olhos de Lizandra quando paro o carro em frente ao portão da fazenda é algo que jamais esquecerei. É como se o sol nascente refletisse dentro dela, criando um brilho intenso que faz meu coração acelerar. O vento suave balança seus cabelos, e por um momento, fico apenas admirando a mulher que amo, sem dizer uma palavra.— O que é isso, David? — Ela pergunta, a voz carregada de curiosidade e um pouco de incredulidade.Sorrio, segurando sua mão.— É seu, Lizandra. Nossa fazenda.Os olhos dela se enchem de lágrimas instantaneamente, e antes que eu possa continuar, ela se joga nos meus braços, os lábios encontrando os meus com um fervor que me tira o ar. O beijo é intenso, carregado de emoção e promessas silenciosas. A mão dela desliza pela minha nuca, puxando-me para mais perto, como se aquele gesto pudesse expressar tudo o que as palavras não conseguem.— Porrah… Vocês querem que eu feche os olhos ou posso continuar aqui? — A voz grave de Don Vittorio corta o momento,
DerickO bar vibra ao som da música, uma batida incessante que combina com o frenesi no meu peito. Não deveria me importar. Não deveria sequer estar aqui. Mas estou. E é impossível ignorar a cena diante dos meus olhos: Daniel Malta, escorado no balcão, com Maia pendurada no pescoço dele, a língua dos dois se entrelaçando sem pudor. Uma raiva surda me invade, mas não por Daniel. Não por Maia. Por Raissa. Pela forma como ela continua impassível ao meu lado, como se não estivesse vendo nada.— Olha só — digo, a voz mais ácida do que pretendia, parece que seu "namorado" já encontrou um novo passatempo.Raissa dá de ombros, tranquila demais.— E daí?Minha testa se franze.— E daí? Você não vai dizer nada? Não vai surtar?Ela me encara, a boca curvando em um meio sorriso debochado.— Derick, ele só tirou minha virgindade porque eu quis. Cansei de ser virgem, apenas isso. E foi uma maravilha, para falar a verdade. O pau dele é tudo de bom... grande e grosso, uma delicia!Ela sorri mais, cín
Nara Derick avança um passo, a raiva irradiando dele como um furacão prestes a destruir tudo ao redor. Meu coração tamborila, mas mantenho a postura firme, segurando seu ombro antes que ele encoste um dedo em Raissa.— Calma, Derick. — Minha voz é uma lâmina fria, cortante. — Fui contratada para proteger a Raissa. Mesmo que seja de você.A fúria queima seus olhos, mas ele respira fundo, como se tentasse e falhasse em conter a tempestade dentro de si. O jantar segue em um silêncio pesado, cada segundo se arrastando como um castigo. Raissa mal toca na comida, e eu também não consigo engolir nada.Derick paga a conta com movimentos duros, mecanizados. O caminho até a casa dos pais dele é claustrofóbico, o carro uma gaiola sufocante. Ele não diz uma palavra. Assim que deixa Raissa, acelera em direção à própria casa, o silêncio agora um grito silencioso prestes a explodir.Mal cruzamos a porta e ele me empurra para dentro, o corpo vibrando de tensão. Antes que eu reaja, sua mão agarra me
DavidO cheiro de desespero misturado ao ferro do sangue me acerta assim que cruzo a porta do quarto. O ambiente está em silêncio, mas a cena diante de mim grita. Derick está largado na cama, os lençóis manchados de vermelho, o corpo nu, as mãos repousando sobre o peito nu e sujo. O rastro escarlate ainda marca sua pele, um lembrete cruel do que aconteceu ali. E então vejo, o seu pau, ainda manchado de sangue seco.Meu estômago revira.Derick levanta a cabeça ao me notar e solta um rosnado baixo.— O que diabos você quer, David? — Sua voz é rouca, arrastada, como se ele mesmo estivesse tentando processar tudo.Eu não respondo.Meus dedos vão até os botões da minha camisa, arrancando-os um a um. Jogo a peça no chão sem cerimônia. Ele nem tem tempo de reagir, o meu punho já encontra seu rosto com força suficiente para fazer sua cabeça bater contra a cabeceira da cama. O som seco do impacto ressoa pelo quarto.— Porrah, David! — Derick tenta se defender, seu próprio punho acertando meu m