David
Meu peito está em guerra comigo mesmo. O ar parece pesado, sufocante, e cada batida do meu coração é uma martelada violenta contra as minhas costelas. Eu não consigo ficar parado. Ando em círculos pelo escritório, as mãos trêmulas e a mente um caos. O casamento está próximo, Lizandra carrega os meus filhos, e, pela primeira vez em anos, eu me sinto... vulnerável. Não pela máfia, pelos negócios ou pelos inimigos. Mas pelo medo absurdo e irracional de perder tudo o que estou construindo. Perder Lizandra. Perder minha família. Ser um fracasso como marido, como pai.
Meu pai, Don Vittorio, me chama. A voz dele é firme, mas há um toque de preocupação que só quem carrega o peso de liderar uma família poderosa como a nossa consegue identificar. Ele fecha a porta do escritório atrás de si, e por um instante o silêncio nos engole.
— David, sente-se. — A ordem é suave, mas inegociável.
Eu obedeço, mas minhas pernas continuam inquietas. Corro a mão pelos cabelos, puxando-os com força, como