Alice
A adrenalina corre pelas minhas veias como fogo líquido. O som ecoante das nossas botas pelo galpão frio da sede da máfia, parece quase musical. Eu e Alícia caminhamos lado a lado, como se fôssemos uma só pessoa, dois lados da mesma moeda. Hoje, a moeda está virada para o lado mais sombrio.
Don Vittorio nos autorizou a visitar Marco Sila. Com uma ressalva, é claro: ele precisa permanecer vivo. Por enquanto.
Geovane nos acompanha, encostado na parede, o maxilar travado e os olhos atentos. Ele está ali para segurança, mas também para se certificar de que a gente não passe dos limites. Como se houvesse limites quando se trata de um estuprad0r.
Ao abrir a porta da cela, o cheiro de suor, sangue seco e medo é quase sufocante. Marco Sila está uma bagunça humana. Quando o boato de que havia um estuprad0r preso aqui se espalhou, diversos soldados vieram contribuir. Digamos que cada um fez questão de deixar a sua marca na alma e no traseiro de Marco.
O rosto está inchado, um dos olhos c