Derick
O vôo de volta para Buenos Aires é um inferno.
Cada minuto parece uma tortura, cada segundo um lembrete cruel de que Nara está longe e alguém está manipulando cada passo dela, cada passo meu. O nome "Hello Kitty" pulsa na minha cabeça como uma sirene irritante. Quem diabos assina uma provocação assim? Um hacker qualquer? Ou alguém que sabe exatamente como me deixar à beira do abismo?
O meu punho cerrado bate contra o braço da poltrona. O comissário me olha de relance, mas não diz nada. Melhor assim. Se abrir a boca, vai sair sobrando.
Assim que pouso em Buenos Aires, não perco tempo. O cheiro familiar da cidade me envolve, mas nada me acalma. Entro direto no carro que me espera no aeroporto, o motorista nem ousa perguntar nada, o meu rosto já responde por mim.
— Leva para a base. — Minha voz é fria, cortante.
O caminho é um borrão. A mente gira em torno da mensagem.
"Cuidado, papai. Nem tudo que reluz é ouro. Beijinhos, Hello Kitty."
— Maldito… — sussurro, os dentes cerrados.