Lizandra
Minha cabeça está tão cheia que mal ouço o que Maia está dizendo, mas continuo balançando a cabeça como se estivesse prestando atenção. A verdade é que, desde aquele dia, minha mente tem sido um campo de batalha. E cada vez que penso que finalmente consegui enterrar o que aconteceu com David Lambertini, a memória dele volta para me atormentar como um fantasma teimoso.
Estamos na biblioteca, rodeadas por pilhas de livros, estudando terapêutica. Maia é o completo oposto de mim, a garota é barulhenta, impaciente, cheia de energia. Ela se jogga para trás na cadeira com um suspiro exagerado.
— Chega! Eu não aguento mais olhar para esses livros. Vamos falar de coisa boa, tipo... você! — ela diz, cruzando os braços e me olhando com aquele brilho curioso nos olhos.
— Eu? O que tem eu? — pergunto, erguendo uma sobrancelha.
— Ah, não se faz de desentendida. Quero saber do David. Vocês ainda tão nessa ou colocou o Lambertini no passado?
Eu suspiro, largando a caneta na mesa e esfregando