Daniel
A porta pesada da sede da máfia se fecha atrás de mim com um estalo seco, como se cada clique das trancas ecoasse a decisão silenciosa que paira sobre essa reunião. O cheiro de couro, charuto e madeira envelhecida impregna o ar, uma combinação tão familiar quanto perturbadora. Estou acostumado a ambientes sombrios, a presença de homens perigosos, mas hoje... hoje parece diferente. Meu sangue corre quente nas minhas veias, e a adrenalina sussurra segredos que ainda não compreendo.
Don Vittorio está sentado em sua poltrona imponente, um copo de uísque repousando em uma das mãos, os olhos fixos em mim. É um olhar pesado, calculista, mas também carrega algo a mais, algo que me faz endireitar a postura imediatamente.
— Daniel Malta — sua voz ressoa com a gravidade de um veredito — finalmente chegou o momento.
Não respondo de imediato. Aprendi que, com homens como Don Vittorio, o silêncio é uma arma tão afiada quanto uma lâmina.
— Todos os testes foram feitos. — Ele tamborila os dedo