Minha mãe desapareceu por algumas horas naquela manhã.
Depois de dias me vigiando como uma leoa, sentada ao lado da cama, preparando chá de ervas e penteando meu cabelo como quando eu era criança, ela simplesmente... saiu. Não avisou ninguém. Não deixou recado. Só pegou a bolsa surrada que sempre usava e sumiu.
Quando perguntei a Rafael, ele engoliu em seco e desviou o olhar.
— Ela disse que tinha assuntos antigos para resolver. E que era melhor você não saber.
Aquilo acendeu todos os alarmes dentro de mim.
Na tela do laptop, o nome Petrovitch ainda piscava entre os arquivos abertos. O homem era uma sombra. Nenhuma foto oficial, nenhum nome completo. Apenas boatos. Sussurros de execuções silenciosas, rotas alteradas, e uma reputação que fazia até traficantes experientes abaixarem a cabeça.
Ele era real.
E agora, ele tinha cruzado uma linha que nem os homens da máfia costumavam ultrapassar: mexer com a filha de Catarina Vasques.
Enzo entrou no quarto com passos firmes.